Eu moro em um canto do meu eu, em mim fico bêbado e viajo a noite para alimentar minha vivencia. Estou doente, sigo vivo, sonhando vendo o tempo passar, tento perdoar as silenciosas palavras e o tempo passa entre a ampulheta... até raiar o dia escondido sob um livro, as vezes na fria tela da TV ou de um celular falando, ouvindo músicas e lendo poesias, muitas vezes ouvindo a minha própria voz rouca... há coisas que me assustam um pouco.
Lá fora as pessoas caminham, ouço a cidade longínqua e o sussurrar da noite, as adormeço no silencio do meu eu. De repente acordo com gritos da alma, que não me incitam a calma, com os passos da vida que vão... vão... vão, e quem sabe vêm eu não sei. Algo me faz frio o coração. Na rua há sombras que caminham e a vida me ultrapassa e eu aqui como se pedisse esmola ou um pedaço de pão, um pouco de mais de vida para sobreviver e calor para me manter.
O vento molda o céu e todo o meu corpo, nada posso fazer, espero que o bom Deus venha para me convidar para me aquecer perto dele. Deve haver anjos que me levem a ele... para fazer este pesadelo acabar e sigo num rito de paralisia em cadência com a esperança e com ela minha vida ao menos dança em gotas, mesmo sem abundância... nesta noite, uma segunda de maio...
A falta de amanhã levanta a voz e me empurra para a necessidades que talvez nunca tenha. O céu está cinza e o frio não convida, até a lua acabou tonta e se esconde na poluição. Mas eu tenho uma fada, fada as vezes não, não sei, mas uma boa foda, que chamo de amada, amo até em pensamentos... As vezes encho o saco, sou persistente, mas é preciso, só tenho medo de ela ficar com a asa queimada... um porre, porque para me aturar me querendo chegar deve ser bem foda... vou para a janela esperar o sol e novo amanhã contando as horas, esquecer todos os padrões e viver a minha realidade! Como um poeta, livre como os ventos a empurrar os meus lamentos.
Acabada a hipocrisia, vou nos meus pensamentos embora! Mesmo que siga sem saber onde vou, o amanhã a Deus pertence...
Eu só quero amor, alegria, bom humor, alguma saúde e uma foda que mereça replay, e que se foda os trocados, não é o dinheiro que me trará saúde e felicidade, esse tenho para algumas gerações, se eu morrer que seja feliz, amando, desejando , tesudo e com a mão no coração...
Bem vindos à minha realidade!