E o que resta àqueles que se apercebem disto e tentam não participar?
A sociedade dá tamanha importância à aparência, que algumas pessoas, talvez mais frágeis, cedem de tal maneira que põe em causa a sua saúde física e psicológica com o objetivo de se tornarem mais perfeitas. Quando é que vão perceber que a perfeição não existe ou pelo menos não é universal.
O que é que faz alguém pensar que tem o direito de fazer outra pessoa sentir-se abaixo de lixo? Porque é que inconscientemente damos tanta importância à aparência? Muitos de vocês, que estão a ler isto podem estar a pensar que vocês não ligam à aparência das pessoas. Será que não? Quantas vezes não comentaram com o vosso colega que aquela / aquele ali ao fundo da sala é isto ou aquilo, tem isto ou aquilo? E por vezes nem se dão conta disso…
Desde muito cedo somos confrontados com a existência do bem e do mal, da diferença entre eles e do que é certo e errado. No entanto isso não nos impede de gozar com o que para nós é diferente, e o pior é que este facto está tão interiorizado, que por vezes, mesmo sem querer, fazemos juízos sobre pessoas que nem sequer conhecemos. Algumas pessoas limitam-se a fazer um comentário pontual, uma piada, mas outras pessoas não, fazem piadas consecutivas de propósito, fazem do alvo da sua piada, a fonte de gargalhadas e de outras piadas.
O que é de lamentar é que muita gente parece não perceber este fato, talvez porque nunca se confrontaram com ele, ou então porque se sentem confortáveis na pele de marionetes.
Vivemos numa sociedade injusta, que dá mais valor ao que as pessoas aparentam ser do que ao que elas realmente são. Uma sociedade de aparências onde algumas pessoas parecem marionetes controladas por esta, e as que se consciencializam da existência dos “cordéis” e se tentam libertar, são apontadas a dedo.
”Remar contra a maré”?