O Vento
Eu sou o nada o feroz poeta o vento
Nasci num dia triste de dezembro
Que ainda atormenta meu pensamento
Onde as ondas choravam, não lembro.
No cabo da boa esperança ao relento
A dor destilava a sobrancelhas do meu pai
Com alma sugada em desalento tormento
Minha mãe morta já nem dizia nem mais aí.
Éramos dois no fogo de inferno do momento
Meu velho pai me levou no mar para lavar
Meu corpo miúdo impetuoso e sangrento.
Em choro aflição em desesperador lamento
Ruía o mundo em tempestades e sofrimento
Com filho nos braços rogava a Deus em céu cinzento.
Judd Marriott Mendes
Enviado por Judd Marriott Mendes em 14/01/2018